Ranzinza.blogspot - 1001 motivos para odiar a humanidade
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[ 1.1.15 ]

Feliz ano novo!


A gente faz, entre um monte de resoluções de fim de ano, a promessa de ser uma pessoa menos estressada e mais paciente. Aí chegamos no ponto final do busão, doidos pra entrar e fugir do calor senegalês no ar condicionado do coletivo, e vemos o "piloto" - enorme de gordo, mas isso não tem nada a ver com a história. É só um detalhe que vocês podem ou não utilizar - tirando aquele cochilo no primeiro banco. Nós, com um 2015 tinindo de novo na cabeça, esperamos (suando, é bem verdade) na boa até o cidadão terminar seu descanso. Uns 10 minutos depois, o sujeito se mexe rinocerontemente e desperta e olha o relógio. Depois de evidentemente notar sua presença suarenta à frente do ônibus, ele vira de lado e volta a cochilar, sem a menor menção de abrir a porta e permitir que nos sentemos e peguemos um arzinho dentro do busão.

Mas é 2015 e esse será um ano de temperança! Continuamos pacientemente a esperar o motorista se dispor a "franquear nossa visitação ao interior do veículo". Mais alguns minutos de espera sob o sol e resolvemos acender um cigarro (é, eu sei que parar de fumar deveria ser uma das resoluções, mas espero que vocês me permitam cumpri-las no meu tempo). Na segunda tragada, o condutor rodoviário resolve trabalhar, vai para sua cadeira, abre a porta e me lança um olhar tipo vamos-embora-porque-você-está-atrasando-meu-horário. Ano novo, vida nova e, apesar de termos que jogar fora o cigarro praticamente não fumado, subimos no ônibus felizes, já que em 2015 nosso nome será paciência.

 
Então vem o teste definitivo: ter nos feito esperar em pé, com o sol maçaricando nossas cabeças, enquanto roncava numa confortável poltrona embaixo de um belo ar condicionado não foi o pior, nem a postura de quem estava nos fazendo um favor ou a aparente má vontade ou mesmo o desperdício do cigarro. O pior de tudo mesmo foi, após tudo isso e de todo o tempo gasto, ver o ônibus andar uns cinco metros e o motorista pará-lo, descer da sua cadeira e sair para dar um mijadão. E perto da janela onde eu estava, o que me proporcionou a dantesca visão do rotundo sujeito procurando as partes no meio de uma enormidade de tecido adiposo.
 
E a paciência versão 2015? Está firme e forte. Por isso escrevi tudo isso ao invés de mandar o motorista para aquele lugar....
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