Livros, de novo.

Bastou eu comentar no blog do Ulisses Adirt que uma história como essa nunca me aconteceu para rolar algo parecido.

Estava eu tranquilamente sentado no busão, ouvindo uma musiquinha e lendo o capítulo sobre "Ética Hacker" do livro "Para Entender a Internet" quando o maluco que até aquele momento ressonava no banco ao lado cutuca o meu ombro.

(aqui, um parêntese: só o cutucão e o fato de tentar falar comigo enquanto estou com fone de ouvido já bastaria para o sujeito entrar no rol de pessoas com o grau máximo de inconveniência. Fecha parêntese)

- É segurança? - me pergunta o sujeito.

Apesar de não ser um cara pequeno, nunca imaginei que alguém fosse me perguntar gratuitamente se eu era uma espécie de leão de chácara.

- Como? - respondi, com uma expressão mista de quem não entendeu a pergunta e de quem não ouviu direito (por conta dos nada discretos fones de ouvido).
- É segurança? Esse texto que você está lendo é sobre segurança?
- Não - foi minha resposta monossilábica, pra ver se o cara entendia que não queria papo, já que não ter tirado os fones não foi uma pista suficiente para que ele compreendesse.

Mas, é evidente, isso não foi o bastante para o prolixo rapaz. Mesmo sem tirar os fones ou sequer tirar os olhos da página, ele continou falando. E com isso, antes que o ponto da figura chegasse, fiquei sabendo que ele estudava programação e que teve uma matéria com o tema "Ética Hacker" na sua faculdade.

É ou não é o caso pra se pensar em parar de ler em público?