Ranzinza.blogspot - 1001 motivos para odiar a humanidade
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[ 16.8.04 ]

Jogos....


Então começaram as Olimpíadas. No Brasil, pelo menos, é época de nacionalismo exacerbado e orgulho patriótico em alta. Talvez o único momento - além de, obviamente, a Copa do Mundo de Futebol - em que os brasileiros tenham tais sentimentos.

Acontece que, no caso dos Jogos Olímpicos, isso fica meio ridículo. Na Copa, nós somos sempre favoritos, pela qualidade da nossa seleção (sem contar com o fato de que, ora diabos, SOMOS o país do futebol). Mas nas Olimpíadas, fica todo mundo torcendo por uma medalha em esportes onde não temos a menor chance. Tirando o vôlei (em todas as modalidades), a Daiane e o Sheidt, nossas esperanças são mínimas, isso quando elas existem.

Pura empolgação nacionalista. Não podemos ver alguém empunhando nosso "lábaro estrelado" que lá vamos nós atrás, berrando o hino e ostentando cartazes de "Eu já sabia". Essa ímpeto de torcedor que nos acomete a todos - é, não tente sair de fininho não - me faz lembrar de duas das últimas besteiras faladas pelo Lula. Quando nosso presidente falou que os brasileiros precisam de mais auto-estima, concordo, se virmos por esse prisma. Temos tão poucas alegrias no que realmente importa, que qualquer vitória em pelota basca ou algum outro esporte obscuro nos reacende o orgulho.

A outra citação do Lula que me lembro é a tal da "pobre do país que precisa de heróis" ou algo do gênero. O Brasil pode nem precisar de heróis, mas que os adora, adora. O sonho de todo brasileiro que acorda domingo de manhã para ver a Fórmula 1 é que apareça outro Ayrton Senna, o super-herói das pistas. O brasileiro ama idolatrar um salvador da pátria e uma comitiva olímpica tem centenas de candidatos a herói.

Ou seja: um monte de gente vai acordar de madrugada para torcer pela equipe tupiniquim de badminton (se é que ela existe), pronta para soltar fogos no caso de vitória ou para esquece-la completamente no caso de uma - esperada - derrota. Somos um bando de bajuladores de campeões, não importa se nunca nem ouvimos falar do tal esporte. Mas relativizar um resultado? Jamais! Se formos 4º lugar em esporte em que não tradição - bobsled, por exemplo - neguim quer mais que o bando de fracassados que não trouxeram uma medalha morram de fome. O "importante é competir" não passa nem perto....

Na verdade, nem estou muito no que se passa em Atenas...Sem a seleção de futebol brasileira, esses Jogos perderam quase toda graça pra mim.
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