Seqüências 2, a revanche...

Esse fim de semana estréia "Legalmente Loira 2" nos cinemas. Não fiz questão de ver o primeiro (não porque o filme seja ruim...aliás, sempre ouvi dizer o contrário), provavelmente não verei o segundo. Mas, passando diante de um outdoor sobre o lançamento, lembrei do tempo em que apenas filmes de ação ou de terror tinham seqüências. Apenas os filmes "Stallone" e "Maníacos indestrutíveis" tinham suas continuações, vide os milhares de Rockys e Rambos e Sextas Feiras 13 que foram lançados. Agora não...qualquer dramazinho ou comédia tem seus 2, 3, as vezes 4 irmãos caçulas.

Teorias para isso podem surgir aos borbotões: o mercantilismo cinematográfico que campeia, o medo de investir no novo dos estúdios, a falta de talentos para produzirem coisas novas. Não pensei nelas. O que me assombra é que agora os roteiros não têm mais fim. Perdeu-se o orgulho de se ter contado uma boa história, com começo, meio e fim. Se o filme é bom, faz-se uma continuação dele, não interessando se o argumento dele se esgotou no primeiro. Dilui-se a história, enche-se lingüiça com um arremedo de enredo e foda-se. O lance é ter a grana da bilheteria no bolso.

Não sei ao certo quando começou essa moda, mas basta olhar os filmes de antes dessa síndrome se instalar. Eles eram bons e não tinham uma seqüência pra estragar com seu brilho. Se os produtores pudessem, venderiam verdadeiras novelas cinematográficas, com 10, 15, 20 continuações. E o público ia adorar!

É por causa disso que as empulhações como os Matrix da vida ainda são um sucesso. Esse, aliás, é o exemplo perfeito: o primeiro filme é legal e já se bastaria; lançaram o segundo, que já era bem mais fraco; e culmina na bosta que é seu terceiro capítulo, um filmete da pior qualidade. Culmina, claro, se todas as pistas que o filme dá de que haverá um quarto Matrix forem falsas....