Ranzinza.blogspot - 1001 motivos para odiar a humanidade
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[ 23.1.03 ]

Percalços...



Mas como eu ia dizendo, tinha que ir à agência onde eu trabalhava. Como eu havia dito, ela fica no Cosme Velho. Aliás, ela fica à rua Cosme Velho. Pra quem não conhece, a rua Cosme Velho é a rua da estação dos bondinhos que levam ao Cristo Redentor. Ela é uma subida. Você vai subindo, e tem mais subida. Sobe mais um pouco e tem muito mais subida. Quando você já está quase vomitando o pulmão, a rua resolve virar uma pista de teste para rapel: só recomendo uma subida sem um veículo motorizado se você tiver equipamento de escalada.

Sabendo disso, aceitei a dica da secretária da agência e peguei um ônibus que vai por cima, via Sta. Teresa. Eu desceria uma pirambeira, ao invés de subir. Era lucro.

Como eu havia dito, eu estava atrasado. E como sempre, acompanhado do meu amigo Murphy. O ônibus demorou pra caralho e quando veio, veio lotado. Ah, era um micro-ônibus.

Lógico que ao começar a subida pra Sta. Teresa, o mini-coletivo estava cuspindo gente. Mas esse não foi o problema. Já eram quatro da tarde e o ônibus começou a dar problemas. Toda vez que ele parava em um ponto, morria. O motorista ficava lá, brigando com o motor, os motoristas atrás dele, buzinando e os passageiros rindo. E eu, atrasado...

– Calma, gente, calma!!! Ele vai subir!!!

O motorista tinha fé. E os passageiros, pro meu azar, bom humor...

– Vai andar sim!!! Pra trás!!!

Gargalhadas, sacanagens com o piloto e eu querendo matar alguém. O ônibus ficou nessa de quase voltar pra Lapa descendo de ré até que o ônibus seguinte nos alcançou. Todos descemos e fomos para o outro. Não era um micro-ônibus dessa vez e ele estava vazio...pensei que dessa vez ia me dar bem...

Ledo engano. O piloto do outro ônibus estava conversando, então fui perguntar à cobradora se ela poderia me indicar onde era a descida da rua Cosme Velho. Ah, eu não tinha falado? Eu não sabia onde tinha que descer....Já eram 4 e meia.

– Quando chegar na descida da Cosme Velho, a senhora poderia me mostrar o ponto?
O QUE!?!?!?!?!!?


Não...a cobradora não era surda...Ela simplesmente não tinha idéia de onde era o tal ponto. E claro, rolou uma certa falta de paciência comigo...

Quando vi que o motorista estava sem ninguém pra papear, fui pro banco da frente (o famoso lugar chamado Jesus te chama) perguntar a ele onde era o ponto...

– Deixa comigo!!!

Fiquei tranqüilo. Até ver como era arrojado o cara. Quem já foi a Sta. Teresa, conhece seus caminhos estreitos, curvas sinuosas e bondes vindo na contra-mão. E o motorista fez do ônibus uma mistura bizarra de trem fantasma com montanha–russa. O cara ia a 100 por hora num lugar que a prudência mandaria estar a 40... E nada do ponto chegar...

Quando estávamos tão alto que praticamente poderíamos apertar a mão do Cristo, o piloto me avisa...

– Tá chegando...Mas você vai andar pra caramba!

Naquele momento, tudo o que eu queria era estar fora daquele ônibus, com a segurança de ter meus pés no chão. Finalmente havia chegado meu ponto. Desci, agradecendo ao Cristo (que estava MUITO PERTO de mim) por não ter sofrido um acidente no coletivo. Comecei então a descer o morro. A pirambeira era tão íngreme que a descida cansava a perna tanto quanto a subida. Se eu não andasse praticamente deitado pra trás, eu desceria aquilo tudo muito rapidamente, rolando...

Alguns minutos depois, pernas em frangalhos, completamente suado e com UMA HORA E MEIA de atraso, cheguei.... E, vocês podem ter certeza: o $$$ do trampo não compensa isso tudo..

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