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[ 11.1.03 ]

Insensível


Caminhava eu pela Av. Presidente Vargas, ontem, sexta-feira, por volta das oito da noite. O movimento do trânsito e das pessoas indo para casa – ou mais provavelmente para algum bar – era intenso. Tudo corria normal, até que eu vejo um carro da polícia parado logo em frente. Um dos meganhas conversava calmamente, com cara de enfado, com uma senhora, que transparecia a mesma calma do “valoroso” policial. Ao lado deles, na calçada, havia alguma coisa coberta, que da distância na qual eu me encontrava, não conseguia identificar o que era. Ao chegar mais perto, o que eu temia se concretizou: era um defunto, estirado, morto por alguma causa misteriosa para mim.

O que me chocou foi ver que, a despeito das milhares de pessoas que passavam por ali, não havia nem uma rodinha de curiosos em volta. Ninguém parou pra ver o que tinha acontecido. Aliás, nem eu parei por um milésimo de segundo diante da cena. Continuei, incólume, a seguir meu caminho (prum bar, óbvio).

Pois é. Um defunto no meio da avenida mais movimentada do Rio de Janeiro já não desperta o interesse de ninguém. Mortos transbordam pelas ruas cariocas, todos os dias, já é rotina. Eu me pergunto se quero viver em uma cidade que pode ser fria assim. Eu não quero ser tão insensível. Não mesmo.

Depois meus amigos não conseguem ver nenhum motivo pra eu querer me mudar daqui.


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