E o que aconteceu no ônibus?

Fui tomar um chopp com uma amiga, ontem, no Centro. Peguei o ônibus justamente na hora da saída de 90% do pessoal que trabalha, no fim do horário comercial. E como era sexta, vocês imaginem a empolgação das pessoas...

Só restava um assento vago. A história já começou mal daí. Uma mocinha, dos seus 18 anos, ocupava com a perna o lugar livre. Parei do lado dela e ela, com toda educação que seus pais deram, relutou por uns 5 segundos em tirar a perna. Bom, ela tirou a perna, mas uma bolsinha que ela carregava ela achou muito abuso da minha parte querer que ela tirasse. Afinal, ela deve ter pagado uma passagem pra ela e outra pra bolsinha, óbvio.

Já que era assim, beleza. Não me fiz de rogado e ia mesmo me sentar em cima da bolsa. Ela fez uma carinha de quem não gostou muito e tirou a bolsa a tempo. A garota estava toda torta no banco (e com o joelho encostado na minha perna) porque estava conversando com outra garotinha num banco atrás do nosso. Mas não pensem vocês que era o imediatamente atrás do nosso. Era na outra fileira de bancos. É sério. Não entendi porque cargas d’água elas não se sentaram juntas, já que a outra não conhecia o cara que sentava ao lado dela.

Elas foram conversando, animadamente, sobre toda espécie de assunto ridículo que vocês possam imaginar. O ônibus foi enchendo, e imaginei que quando ele ficasse lotado, elas parariam de conversar. Há, há, há...Simancol passou longe delas. Quando o ônibus encheu, a mala do meu lado simplesmente começou a gritar para ser ouvida. Isso mesmo! Começou a GRITAR no meu ouvido.

– Ih, hoje quando eu estava de bobeira no trabalho, eu comecei a jogar paciência e depois entrei na internet. Achei uma página maneira!
– Ih...tava vendo homem pelado!!!
– Não era não, minina...nem posso ficar vendo sacanazi lá porque toda hora vai gente na minha mesa..

Foi isso e coisas congêneres que eu fui ouvindo, aos berros, diretamente nos meus tímpanos, até as duas descerem.

Agora vocês entenderam o desabafo aí de baixo?