De onde surgem esses caras???

Episódio de hoje: O dono da birosca

Perto da minha casa tem uma birosca. É nessa birosca onde eu compro as cervejas para todo tipo de evento que ocorre no meu cafofo. A cerva quase nunca vem gelada, mas, comprando Skol 600 ml por R$1,60 não se pode exigir muito. Mas não é uma propaganda o motivo desse post. O motivo é o dono da birosca...

Ontem fui até ao buteco do sujeito comprar uma prosaica Fanta Laranja. A chegar lá, estava uma senhora rotunda brincando com um filho pequeno. Em alguns minutos, me aparece o dono da birosca, com o pedido da gordota. Quando eu me adiantei para fazer o meu pedido, a moça fala:

– E a água, hein? Há um tempo que não mandam água pra nossa rua...

O que deveria ser um mero comentário amigável virou um discurso inflamado sobre o processo de distribuição de águas no estado, um libelo contra a ineficiência e corrupção do governo e um discurso paranóico sobre a implicância do funcionário da CEDAE com a rua da birosca. Nem a gordinha conseguiu aturar a cantilena e saiu correndo no primeiro piscar do micro-empresário das bebidas. Mas ele não se fez de rogado e continuou sua fala “fidelcastriana interminável. E eu nem moro na rua da birosca!

Assim que ele parou para respirar, fiz o meu pedido. Ele entrou no bar, demorou mais uns 5 minutos e volta....falando!!!

– Agora você vê! A garota anda em cadeira de rodas e quer ser modelo! A menina é bonita, até, mas como vai ser modelo? Não dá!!! Andando em cadeira de rodas!?!?!?! Como ela vai desfilar sentada??? Tem que ter consciência que blá, blá, blá, blá, blá.....

Eu não fazia IDÉIA do que o coroa falava. Depois de algum tempo do papo chato, notei que ele falava de uma matéria de algum programa à la João Kleber que ele estava vendo – enquanto demorava para trazer a minha Fanta.

Moral da história: uma ida a birosca que deveria durar 2 minutos durou 10 e ainda me rendeu um saco cheio!!!

Se a Skol lá não fosse tão barata...