Estava eu indo pra casa ontem, por milagre, sentado, apesar das milhares de pessoas se espremendo em pé. Em um ponto qualquer, me sobe pela frente um policial. Era um digno representante dos "Hômi": gordo, careca e meio bronco. Como eu vim cochilando – pra variar – não sei como começou, mas depois de uns minutos, o "poliça" batia um animado papo com uma moça. Ele deu o número do quartel onde estava lotado e disse pra ela procurar o oficial de plantão e blá, blá, blá pra resolver algo para ela. Aí foi que começaram as pérolas…

– Ah…é muito difícil trabalhar na Z. Sul…a população não apoia a gente – disse o injustiçado guardinha
– Eu sei. É brabo, não? – respondeu a moça
– Pois é! Eles pensam que é fácil. Tem aquele monte de guri lá, largado. É criança, então todo mundo defende. Até que algum faz besteira. Eu, por mim, resolvia tudo por mim mesmo, com as mãos…Mas depois todo mundo vem reclamar, diz que são só crianças…

Depois dessa típica prova da tolerância da PM carioca, houve um silêncio por parte da moça. Não sei se por falta do responder ou se por concordância com o que havia sido dito. Como a moça parecia ser uma representante das que "não apoiam" certas atitudes, quis crer que era a primeira opção. Bom…isso até eles voltarem a conversar animadamente e ela dizer que seu pai era PM também. Não se falou mais no assunto…