Ranzinza.blogspot - 1001 motivos para odiar a humanidade
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[ 12.11.08 ]

Mas falando sobre o Planeta Terra...


Cheguei à Villa dos Galpões no meio do show da Mallu Magalhães. Com uma boa banda de apoio, até dá pra esquecer que quem está cantando é uma adolescente hypada da net de 15 anos, com amigos influentes e que toca folk sabe-se lá porque diabos. Vai fazer "sucesso" (com reforço nas aspas) como fênomeno precoce da internet por algum tempo, mas não vejo muito futuro comercial para uma menina cantando uma mistura de country e folk na terra do samba e do axé. Daqui há alguns meses, só estará na lembrança dos infanto-indies xiitas e nas memórias dos telefones que baixaram o disco da imberbe no site de uma operadora de telefonia celular.

Em seguida, o show mais esperado da noite. Foi o primeiro equivoco da organização do envento: o Jesus & Mary Chain foi escalado no horário e palco errados. Se nas antigas os caras já não faziam uma apresentação indicada para grandes arenas, aos 40 e tantos é que os cara não iam "agitar" a galera. De qualquer forma, o público - pelo menos o que estava à minha volta - sabia de cor todas as músicas do set, que fez um bom apanhado dos "sucessos" (novamente reforçadas) da banda. O problema é que os quarentões não pareciam muito afim de tocar e fizeram versões mais lentas e menos empolgadas (se é que isso é possível) que as músicas originais. Não que isso fizesse diferença. É impossível não se emocionar ao ver o J&MC no palco, com as roupas pretas e poucas palavras de sempre e desfilando aquelas músicas que a gente conheçce há 15, 20 anos. É, sou um trintão sentimental e nostálgico, fazer o que?

Depois disso, uma providencial fuga do Main Stage para escapar do Offsrping - o preferido da petizada presente - para ver o Spoon no Indie Stage. Faz algum tempo que a "colher" é uma das minhas bandas preferidas dos últimos tempos. No palco os caras confirmaram minhas expectativas: os arranjos e melodias elaborados do estúdio ganharam com o peso do grupo ao vivo. E, como no show do Jesus, novamente todo mundo conhecia as músicas, o que me surpreendeu pela pouca divulgação que a banda tem por aqui. Apesar de ter sido curto, o show do Spoon foi um dos melhores do festival.

Hora de voltar ao Main Stage para ver o Bloc Party, outro show escalado no momento errado. Com o potencial das suas músicas, tinha tudo para ser a banda de encerramento (o que se confirmou com o curioso fato de ter sido a única a voltar para o bis, coisa que o Kaiser Chiefs não fez, apesar de fechar a noite). Digo TINHA TUDO e POTENCIAL porque o som, que já pareceu pouco potente no show do J&MC, na apresentação do BP pareceu ainda mais ridiculamente baixo. Estivesse o volume numa altura decente, o público teria agitado muito mais. Mas isso não é culpa da banda e no que eles podiam fazer, fizeram bem: tocaram os hits, falaram com a galera e fizeram um show bastante animado. Como estava animado o vocalista Kele Okereke. Se ele não tivesse se assumido há algum tempo, depois da sua performance saltitante não haveria mais dúvidas. Como diria o Porteiro Severino: "isso não é um roqueiro, isso é uma bichona!". Digno de nota também é o baterista da banda, Matt Tong, que deve ser o primeiro chinês do mundo que tem alguma noção de ritmo...o cara toca pra cacete!

Nova corrida para o Indie Stage para pegar o finalzinho das Breeders. Novamente, um erro da organização (o terceiro da noite): fazer com quem estivesse afim de ver o Bloc Party perdesse o show principal do palco Indie. Quem viu, disse que foi ótimo. Eu só peguei duas músicas e o bis (com apenas "Regalame Esta Noche", canção em espanhol do último disco da banda). As irmãs Deal pareciam estar de bom humor e pela felicidade do público o show deve ter sido muito bom. É a segunda vez que perco a chance de ver "Cannonball" ao vivo...

Os Kaiser Chiefs fecharam a noite e se esforçaram bastante para fazerem o melhor show da noite. E no quesito animação, eles ganharam de lavada. Não sei o que Rick Wilson consumiu antes de subir ao palco, mas aquela pilha não pode ser normal. O cara correu o tempo todo, foi até o público, trouxe uma cola enorme com frases em português (que não o ajudaram muito a se fazer compreender) e animou os presentes como pode.

Teve gente que achou meio "micareta" demais, mas isso é pura maldade. Foi um bom show de rock. A banda segura bem a onda: toca com peso e atitude e o repertório escolhido - principalmente com material dos bons primeiro e terceiro discos do grupo, com poucas do fraco segundo álbum - foi acertado. E o Wilson como frontman foi irrepreensível. Há quem não goste do Kaiser Chiefs, mas falar mal da apresentação deles só pode ser implicância...

O saldo do festival foi bom. Tirando os equivocos citados, só da pra reclamar mesmo de não haver uma versão carioca do Planeta Terra. Logo mais eu coloco uns videozinhos toscos feitos da noite na página do Hanz no Youtube.


Sobre o REM, mais tarde....
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