O fim...

Sábado acabei iniciando a noite em um restaurante mezzo "chiquê", mezzo "muderno", em Copa. No lugar, uma mescla de senhores e senhoras da sociedade carioca e alguns casais moderninhos. O tipo de lugar não é dos que mais me apeteçam, mas como estava muito bem acompanhado, a noite foi agradável.

Enquanto a noite avançava, o pessoal mais velho foi acabando de jantar e o pessoal mais novo foi chegando para beber seus espumantes e ouvir suas musiquinhas lounge. Até a hora que o vício em tabaco foi mais forte e tive que ir até a calçada para dar umas baforadas em um Marlboro. Nisso, sai um grupo de senhores e senhoras no estilo "dondoca da novela das oito": muita maquiagem, muitos penduricalhos nas mulheres e casaquinhos "tio suquita" nos homens. Eles pararam para decidir onde iriam esticar - imediatamente pensei em como esse termo é datado - a noite.

Uma das mulheres, com carregado sotaque paulistano (do Itaim, poderia arriscar) aponta para a amiga e diz que ela conhece tudo do Rio e deveria sugerir o lugar para onde iriam. Então a senhora, do alto dos seus 60 e muitos, fala, toda serelepe (outro termo datado):

- Ah, vamos pra Lapa! No Carioca da Gema!

E imaginar que há alguns anos o bairro seria evitado justamente por esse tipo de público por ser "perigoso", "sujo" e "mal frequentado". Mas o mais engraçado de tudo é que as três características não mudaram em nada. Só que agora, há mais playboys, patricinhas e botecos de grife nas ruas...

Nessa hora vi que a Lapa realmente acabou.