Ranzinza.blogspot - 1001 motivos para odiar a humanidade
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[ 3.6.08 ]

A lembrança...


...não é completa nem muito clara. Sei que era um apartamento enorme, com salas em vários níveis e escadas em todos os cantos. Uma garota, com pouco menos de 20 anos e maravilhosa, aparece para me recepcionar. Está vestindo uma saia que poderia ser chamada de cinto sem que se ofendesse com isso. Ao lado dela, aparece um garoto, idade parecida, boné virado pra trás na cabeça e uma cara meio retardada. São irmãos e sorriem com cumplicidade um para o outro sempre que terminam uma frase.

Parece que vai haver uma festa. Os pais deles saíram e só a empregada parece ser o resquício de autoridade na casa. Essa impressão é desfeita quando vemos como ela é tratada pelos irmãos. Sem razão aparente, a garota passa uma descompostura na moça, de uns vinte poucos anos, mulata clara, meio cheinha e com uma constante cara de apavorada. Logo em seguida, o irmão a manda embora e, quando ela se vira, acerta-lhe um chute no traseiro largo. Ela vai sem dizer uma palavra.

Andamos pelo apartamento. Um som alto sai das caixas de som, mas não lembro qual era o tipo de música. O lugar é realmente gigantesco e pra tudo quanto é lugar há garrafas de bebidas e comidas. Mas a arrumação para a festa não é das mais arrumadas. Tudo parece meio largado, fora de lugar. A menina, sempre sorridente, é linda e parece mais bonita a cada passo. O irmão acende algo que parece um cigarro, mas tem a cor preta. A irmã pede um trago e ambos riem muito depois da fumarem.

Algumas pessoas chegam à casa, falam alto, bebem e se jogam pelos cantos, mas ninguém fala com os irmãos. De repente não vejo mais o garoto, mas a menina continua sempre ao meu lado. Subitamente - ou não tão subitamente, não lembro direito o que aconteceu - estou deitado entre os níveis da sala principal, estirado na escada que leva um piso ao outro. A garota está ao meu lado, sorridente. Segura uma faca. Ela paga a faca e gentilmente faz um corte longitudinal acima da minha cintura, me dividindo em dois. Devia ser uma faca Ginsu, tão fácil foi o corte. Minhas tripas estavam escorrendo pelo rombo, mas surpreendentemente isso não me incomodou muito. A garota sorria - veja bem, era um SORRISO, não uma gargalhada malévola ou algo do gênero - e minha única preocupação era não perder alguma parte do meu intestino no meio daquele bando de gente.

Novamente há um branco na minha memória e a garota sumiu. Estou caminhando, perdido no meio daquele apartamento enorme. Estou segurando minha cintura como se fosse uma calça sem cinto. As pessoas passam por mim e não dando conta da cena surreal. Depois de muito caminhar, acabo chegando novamente na sala onde fui eviscerado. Dezenas de pessoas dançam cobertas por uma camada de gosma não identificada de cor vermelho-amarronazda. A mesma gosma está no chão, paredes e móveis. Ninguém se incomoda. Todos estão alegres e se divertindo, com seus copos de bebidas lambuzados e chafurdando os pés nessa massa amorfa e gosmenta.

Tenho certeza que me perguntei se aquilo não teria vindo das minhas entranhas, ou pior, se não seriam as próprias. Depois de refletir e ver que isso seria impossível - além de ser uma quantidade astronômica de gosma, eu ainda segurava minhas vísceras dentro do meu corpo - resolvi procurar um banheiro. Bato numa porta bem poderia ser mesmo um lavabo e uma voz diz para eu entrar.

Entrei e até o banheiro tinha dois níveis. A privada ficava no que parecia ser um mezanino, com uma escada em caracol como acesso. Comecei a subir a escada e a empregada se agacha e fala comigo algo que não me recordo. Então ela tira um filhote de gato não sei de onde e, segurando o bichano pelo pescoço, o balança um pouco e o atira para mim. Eu o pego com as duas mãos e, para minha surpresa, minhas tripas não caem quando eu largo meu corte. Saio do banheiro com o gato nas mãos e aparece o irmão da menina. Ele fala algo que também não me lembro, pega o gato das minhas mãos com um sorriso e o atira com toda força contra a parede. A visão da pasta felina que um minuto antes era um filhote foi a última coisa que vi. Depois disso, eu acordei.


Algum psicólogo pode me dar alguma pista sobre o que diabos pode significar o sonho mais bizarro que eu já tive?
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