Lógica (?)

Meu problema não é com as pessoas burras. Com isso eu consigo conviver numa boa. O "poblema" pra mim é não entender as burrices alheias. Eu preciso entender a lógica tortuosa das asneiras. É necessidade mesmo.

Então bolamos uma campanha de incentivo que teria como prêmio o pagamento de determinado tipo de serviço para os vencedores. No meio do caminho, o cliente, para cortar custos, resolver não pagar os serviços e sim dar a grana que gastaria com isso na mão dos vencedores. Assim, lá se foi o conceito da campanha, mas isso não é o pior. O cliente quer que os vencedores usem a grana apenas nos tais serviços que eles pagariam e não, por exemplo, para pagar dívidas, fazer uma viagem, comprar um carro ou qualquer outra coisa que não tivesse a ver com o tema proposto.

Eu perguntei: e como vocês pretendem controlar o que o a pessoa fará com o dinheiro na mão? Eis que então veio uma "idéia do cliente": pediram para criarmos um cupom que seria entregue aos concorrentes e que teria uma pergunta de múltipla escolha. A pergunta seria uma dessas generalidades imbecis (tipo: "qual é o seu sonho?") e todas as opções teriam a ver com o tema da campanha.

Então perguntei novamente à assistente de marketing do cliente (que o que tem de gostosinha tem de obtusa):

- E vocês pretendem guardar os mlhares de cupons de todos os participantes até o final da campanha?
- Sim - ela respondeu.
- E se o vencedor for uma pessoa que não recebeu o cupom ou que simplesmente não o entregou?
- Isso não deve acontecer - respondeu a beldade, com a certeza que apenas os tapados têm.
- Tá. Mas a questão principal é: o que faz vocês pensarem que um xis marcado em um cupom vai obrigar o vencedor a gastar a grana no que vocês querem e não no que ele quer?

Alguns segundos para responder e nada. Imaginando que ela não tinha entendido, perguntei novamente.

- O cupom terá algum valor legal? Ele obrigará ao vencedor utilizar a grana apenas no que ele marcou como opção?
- Não.
- Então, o que impedirá o tal vencedor a usar a grana pagando dívidas ou comprando tudo de bala Juquinha?
- (...)

A assistente de marketing gostosinha, pediu um tempo, disse que ligaria em seguida e até agora - mais de 5 horas depois - nada.

Como nem mesmo os gênios que bolaram o tal cupom conseguirão explicar de onde veio a idéia de que isso funcionaria, continuo sem entender a tal lógica tortuosa da asneira. E não fizemos o cupom.