[ 17.4.08 ]
Contrasenso...Estou escrevendo o roteiro de um longa metragem. Pra adiantar um pouco, sem estragar a história, é uma comédia que se passa no tempo da ditadura. O problema é que o herói do filme é um miliitar. Mesmo sabendo que as chances do roteiro ser filmado tendem a zero, sempre imaginei que o tema é controverso o bastante pra criar problemas (todos sabemos como "azelite" cultural pelaqui, principalmente os cineastas, são melindrados com esse lance da ditadura). Acontece que o roteiro nem precisou ser filmado pra gerar discussão. Aliás, nem precisou ser escrito: na leitura do argumento - pra quem não sabe, é um resumo da história - um cara da turma, senhor com seus já 50 anos, encrespou com o tema. Disse que "é melhor tomar cuidado ao escrever essa história. Tive muitos amigos torturados pra achar graça em torturadores". Não esperava por isso, mas entendi a reação do cara (vale dizer que Fidel é um dos seus ídolos até hoje). O que eu não entendi foi uma coisa que o mesmo sujeito fez. Revoltado com uma das aulas do curso, esse amigo resolveu se rebelar e pediu dispensa da classe. A coordenadora disse ser impossível dispensá-lo, já que faz parte da grade curricular e se ele não participasse da aula, seria reprovado. Nisso, o cara se revoltou. Disse que não assistiria mais as aulas e que não aceitaria ser reprovado. Usou o seguinte argumento para defender seu ponto de vista: "Um monte de gente falta aula pra caramba e não é reprovado! Eu que sou um dos mais assíduos não vou aceitar ser reprovado se não assistí-las!!!" O que me chocou nessa história não foi a revolta do sujeito (que é afeito, eventualmente, a umas contendas verbais). O que me deixou pasmo foi o "denfensor dos presos políticos" ter usado a delação como forma de provar que estava certo. Ele precisava dizer que na turma, composta por apenas 12 pessoas, um monte de gente mata aula?!?!?
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