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[ 30.10.07 ]

Sobre o Tim...


Marinheiro de primeira viagem em nos festivais da Tim em SP, fui pensando que a organização seria parecida com a do Rio de Janeiro (tendas amplas, ar condicionado, conforto, etc). Ledo engano: cheguei no Anhembi e uma quantidade gigantesca de pessoas já estavam formando uma fila literalmente quilométrica. Como resultado, perdi o Spank Rock, uma das bandas que eu mais queria ver. Os acordes finais de "Sweet Talk" eram tocados pouco antes de passarmos pelos portões do festival.

Dentro da Skol Arena (nomezinho brega esse!), as milhões de pessoas no espaço me fizeram ver que a edição 2007 do Tim Festival de lá não tem muito a ver com a de cá. O evento estava muito mais pra Rock in Rio que pra showzinho em tenda. Antes de conseguir comprar as primeiras cervas (depois de enfrentar uma gigafila a exorbitantes 5 reais por lata) o Hot Chip já estava tocando. As maioria das pessoas à minha volta acharam estranho o "som-dançante-com-guitarras-e-barulhinhos" dos caras, mas a banda parece ter agradado o público, mesmo sendo um grupo semi-desconhecido. Com uns 15 minutos de show, a banda sai correndo do palco. Foi estranho uma apresentação tão curta, mesmo para o padrão "banda de abertura" do Tim Festival. Mas em algum o HC voltou ao palco e soube-se depois que a energia havia caído, por isso a saída estratégica da banda. Mas a volta da energia serivu também para animar a banda, que conquistou de vez a platéia com "No Fit State" - com direito a Temptation (do New Order) incidental - e principalmente com Over and Over", o mais próximo de hit que a banda tem por aqui.

Depois de uma longa espera (com direito à uma seleção de música japonesa como música ambiente), entrou no palco a Björk. Vestida de "Chico-Science-em-dia-de-maracatu" e acompanhada de um batalhão de meninas carregando uma seção de metais, o orgulho da Islândia entrou em palco e fez um show chaaaaaaaato pra que não era fã. Carregado de músicas pomposas, lentas e em vários momentos praticamente compostas pelos seus peculiares gritos à capela, o show da ex-Sugarcubes empolgou mesmo nas músicas com bases eletrônicas mais pesadas. Isso, claro, é a minha opinião de não-adepto. As fanzocas ficaram todas embevecidas pelo espetáculo, mesmo nas horas em que o sono era a única reação cabível ao que acontecia no palco. A impressão que ficou foi de que o show poderia funcionar num lugar menor (como talvez tenha sido no Rio). Numa arena, a parada foi de dar sono.

Estava programado um intervalo depois da Björk. Não que ele fosse necessário, já que os shows já estavam mais de duas horas atrasados. Depois de uma demora gigantesca, entra no palco a maior testa do cinema americano, Juliette Lewis e sua banda, a The Licks. Minha preocupação em achar chata a apresentação porque nunca tinha ouvido nada do grupo se desfez na primeira música. Não porque a conhecesse, mas porque o som deles é mais ou menos como o de umas 5 centenas de bandas de hard rock dos anos 80/90. Mas foi um show animado. Lewis é empolgante (como uma amiga disse, ela parece a versão feminina do Iggy Pop. Inclusive nas calças da Gang, claro) e veio num momento em que grande parte do público precisava despertar depois da soporífera apresentação da Björk. E tem mais: é impossível não ter simpatia por uma mina que poderia ficar fazendo seus filminhos em Hollywood mas preferiu montar uma banda e sair por aí se divertindo.

Mais uma longa espera e os moleques do Arctic Monkeys chegaram para acabar com a tensão das muitas fãs presentes. Gritos histéricos, pulos descontrolados e todo mundo cantando as - boas - letras do grupo de petizes da Terra da Rainha. Achei o show meio rápido e meio que "feito no automático", mas isso não incomodou ninguém além de mim, aparentemente. Os moleques tocam com competência, tem um bom punhado de músicas bem legais e fizeram um show correto, mas mais frio do que esperava.

A banda que fecharia a noite - programada pra subir ao palco à 1 da matina - entrou às 4 da manhã. Quem tinha sobrado na Arena até aquela hora estava no bagaço (a não ser, é claro, a molecada com 20 ou menos que isso e que não trabalharia em poucas horas). Isso prejudicou um pouco a recepção aos Killers, mas a banda veio na empolgação e levantou os zumbis presentes. Os caras vieram detando seus hits (Sam´s Town, Jenny Was a Friend of Mine, When You Were Young, Somebody Told Me, Read My Mind) para animar o combalido público.

E foi entre uma e outra dessas que eu reparei numa coisa. Sempre que alguém fala sobre os Killers, falam que rola um quê de U2 no som da banda. Mas depois de ver os caras ao vivo, não dá pra se enganar! Aquele palco decoradinho, aquele guitarrista com cabelos desgrenhados e uma Flying V, o bigodinho mequetrefe do vocalista e a postura teatral da banda ao vivo não nega: o sonho dos caras é ser o novo Queen!

Fazendo um balanço final, o Tim Festival em SP pecou por querer fazer tudo de uma vez só. Seria impossível um festival com seis atrações em uma única noite não ter atrasos. Mas fazer o evento num domingo e atrasar pra lá do mais que aceitável prejudicou até as bandas (Killers e Monkeys, principalmente), que foram obrigados a tocar para uma platéia esgotada. Não dá pra achar nada maravilhoso se estamos mortos de sono e com as pernas doendo. Se a noite ganhou uma nota 7, poderia ter levado, com uma organização melhor, uma nota 10.
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